Fazer exercícios em jejum queima músculos e
preserva gorduras
Método ainda pode prejudicar os rins e fígado como
o passar do tempo
A
sabedoria do corpo humano não tem limites. O mecanismo de controle de vida e da
sobrevivência é um dos que faz da espécie humana uma vitoriosa na adaptação ao
longo dos séculos de desenvolvimento.
Esse
controle passa pela eficiência no gerenciamento da energia utilizada para a
produção de trabalho dos deslocamentos, para obter comida, reproduzir a espécie
e vencer inimigos, isso tudo supervisionado por um cérebro privilegiado que
garante as funções vitais, intelectuais e cognitivas.
Poupar
e estocar energia passa, então, a ser crucial para as espécies. A reposição dos
estoques e a troca do tecido gasto (catabolismo) por um novo (anabolismo) exige
repouso (sono) o que também consume energia.
Quando
estamos acordados o principal combustível para executar as tarefas de
sobrevivência é a glicose. Sem ter ingerido alimento, durante a fase de
descanso prolongado o organismo vai buscá-la nos depósitos, tecido adiposo
estocado para esta ocasião, entre outras. O objetivo é manter seu nível
constante em todos os tecidos para as funções diversas que estão sendo
executadas.
O
cérebro devidamente suprido por esse combustível, analisando o quadro descrito,
seguramente irá somar 2 mais 2: se eu permanecer em jejum após o despertar e
fizer exercício, vou queimar gordura e emagrecer! Correto? Não!
A coisa
pode funcionar por um curto período de tempo: com o estoque reduzido de glicogênio
pelo longo tempo sem comer, as reservas de energia, o tecido gorduroso, são
acionadas para fazer a reposição, pois esta é a substância responsável por
manter todas as funções do corpo humano.
Mas, e
sempre temos um "mas", se você está pensando em consumir rapidamente
seu pneuzinho de gordura com esse truque, saiba que ele tem validade. Como tudo
no funcionamento do corpo humano, a utilização dessa reserva nessas condições
foi dimensionada para uma situação de repouso, o sono, já comentado.
Ao
iniciar uma atividade física em jejum, depois de uma noite de sono e, com a
lipólise em andamento para produzir glicogênio e glicose, em determinado
momento haverá um entendimento normal e fisiológico de que há dificuldade de se
achar alimento. Neste momento, as reservas energéticas - a gordura, passará a
ser poupada e os músculos, as proteínas, serão recrutadas para o processo de
produção de energia.
Veja
que este é um bom caminho para parecer magro, ou seja, ser um falso magro. Ao
prolongar o jejum e repetir a atividade com privação de alimentos energéticos,
os estoques de gordura serão preservados e os músculos consumidos. Você ficará
mais magro, mas mais flácido também.
Outro
fator a ser levado em consideração é o mal estar que a atividade em jejum traz.
Tontura, fraqueza, náuseas e vômitos podem ocorrer durante a atividade sem
contar que o rendimento que terá a tendência de cair na tentativa de poupar
energia.
O
consumo forçado de proteínas para produção de energia também tem seu lado
negativo. Desenhado para ser utilizado em emergências, prolongando a sua
utilização pode sobrecarregar os rins e fígado durante todo o processo
metabólico de uso do músculo para executar o exercício e para o consumo de
energia.
Bem, o
que devemos concluir disso tudo? Mais uma vez que não existe fórmula mágica
para consumir as gordurinhas indesejadas. Tudo passa pelo bom senso e esse nos
diz que dieta equilibrada com atividade física regular e programada é o melhor
caminho.
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